Leonhart Moreau
Era chegado o momento de partir.
Dois meses se passaram desde que chegamos à casa de campo. Dois meses em que, de maneira inesperada, vivi os dias mais leves e, ao mesmo tempo, mais transformadores da minha vida. Aqui encontrei paz — ainda que breve — e aqui deixei, sem perceber, pedaços do homem que fui antes de Elena.
Mas o mundo lá fora não parou.
A empresa precisava de mim.
Clóvis também era exigido, e já era hora de voltarmos à frente do império Moreau.
Fiz questão de que Diego e Elena viessem conosco. Poderiam recusar — Diego, com a herança dos pais, tem liberdade e segurança financeira. Elena, minha esposa, tem tudo o que desejar. Mas a verdade é que, separados, estaríamos vulneráveis.
O mundo lá fora era feito de armadilhas.
E eu conhecia cada uma delas.
Inimigos silenciosos esperavam o primeiro vacilo para atacar. Alguns ainda riam pelas sombras, esperando que meu casamento fosse apenas um jogo. Que minha esposa fosse um peão. Que meu irmão continuasse à marge