Eu estava correndo feito louca, tentando fugir daquela imagem que me apavorava dentro da cabeça. Acelerava para ver se ela ficava para trás, perdida nos meus rastros. Mas não. A cena daquele maldito, pervertido, filho de… Não posso xingar dona Carmem. Mas ele me paga. Não vou deixar barato.
Depois daquela correria danada, agradeci quando avistei a porteira. Meu coração estava tão acelerado que parecia incapaz de voltar ao ritmo normal. A única coisa que eu queria agora era me esconder em casa por longos dias. Mas não dava — ainda precisava ir ajudar a Maria.
Passei pela porteira e, precisando desesperadamente de ar, parei e me escorei nela.
— Ai, Deus… parece que vou infartar.
Peste… a sua hora vai chegar — isso era mais que uma promessa. Eu queria vingança. Cerrei os punhos sentindo a raiva crescer de novo, enquanto aquela imagem maldita parecia ter sido costurada nos meus miolos.
Com o coração um pouco mais calmo, segui direto para minha casinha. Escolhi minha roupa, peguei a toalha