Dias se passaram desde aquela madrugada que levei Pedro para a clínica. Ele já estava bem melhor, graças a Deus. Voltou a sorrir, a brincar, a fazer aquele barulhinho gostoso quando dava risada, só que eu… eu estava esgotada.
Lucas estava cada vez mais afundado naquela sede por sangue e vingança. A mente dele só funcionava na base da raiva, da guerra, do cheiro de pólvora. E eu já não aguentava mais. A gente discutia por tudo. Por tudo.
Não passava um dia sem gritaria, sem porta batendo, sem ele me encarar como se eu tivesse feito algo imperdoável. E eu também já estava me tornando uma versão de mim que eu detestava. Desconfiada, amarga, cansada. Se eu saía para respirar, para tomar um sorvete com a Gabriela ou o Eric, ele já vinha com aquele olhar carregado e a pergunta atravessada.
— Tinha macho?
Se ele sumia, eu surtava. Já pensava que estava com outra, que estava aprontando. O amor virou paranoia. O cuidado virou prisão. A gente estava virando tóxicos um pro outro e, por mais