O jogo era só à tarde, mas o clima aqui em casa já estava uma bela merda desde cedo.
Isabela estava com aquele olhar de poucos amigos, se movendo pela casa no modo automático. O Pedro? Brincando no tapete da sala com o carrinho azul dele, alheio a tudo, rindo sozinho como se o mundo não estivesse prestes a explodir.
Entrei na cozinha e ela estava de costas, lavando a louça. Estava com os fones de ouvido e cantarolava baixinho alguma música que eu não consegui identificar. Mas só o fato de não me dar nem um olhar já me fez bufar.
Me aproximei devagar, tentando manter o tom calmo.
— Isa… eu só não falei nada do jogo porque nem era importante.
Ela pausou a música com um toque e virou de leve, só o suficiente para me fuzilar com os olhos.
— Não era importante para você, né? Porque esconder de mim é tranquilo. Me tratar feito qualquer uma é suave.
Já veio com aquele ciúme típico dela. E por mais que eu entendesse o lado de Isabela, aquilo me irritava profundamente. Parecia que ela m