Hoje era sábado. E tudo que eu queria era dormir até umas onze, meio-dia, acordar só com o cheiro do café da manhã pronto e uma paz que eu não lembrava mais como era. Mas não… Quando se tem um mini furacão de seis meses, o descanso é só um delírio distante.
O choro veio como despertador natural. Oito da manhã em ponto.
E eu ali, fingindo que não era comigo, enfiada no travesseiro, no último esforço de ignorar o mundo. Quase levantei. Quase.
Mas aí, milagre dos milagres, Lucas levantou primeiro.
Vi ele atravessar o quarto só de cueca, todo largado, com aquele cabelo bagunçado que me dava vontade de fazer besteira logo cedo. Foi até o berço portátil no canto e pegou Pedro, que já estava de olhinhos arregalados, esperto, com a cara dele. Literalmente a miniatura do pai.
— Toma, mamãe. — ele disse num tom rouco, me entregando o bebê.
Pedro já veio faminto, e eu, ainda em modo zumbi, coloquei ele no peito. Me ajeitei no travesseiro, tentando não dormir enquanto ele mamava. Quase conse