Capítulo 19

Eu observava Isabela com uma calma predatória, fria e calculada. Era o tipo de calma que vinha antes do ataque, mais ameaçadora do que qualquer grito ou explosão de raiva. Ela tentava disfarçar o desconforto, movendo as mãos de um jeito nervoso, cruzando e descruzando as pernas, evitando meu olhar. Mas eu via tudo. Cada respiração entrecortada, cada músculo tenso. Ela queria correr. Queria lutar. Mas já estava enredada demais para sequer perceber que era inútil.

O café esfriava na minha xícara, mas eu não me importava. O verdadeiro sabor estava ali, no medo dela, misturado à curiosidade. Uma luta interna que ela ainda não entendia, mas que eu, sim. Eu era a tempestade que ela fingia não enxergar. E o mais delicioso era vê-la, mesmo tremendo por dentro, não se levantar e sair correndo. Ainda não.

Me inclinei lentamente, tomando um gole do café, sem tirar os olhos dela. Ela fingiu beber também, as mãos trêmulas em volta da xícara. Ridiculamente vulnerável. Ridiculamente minha.

Deixei
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