Capítulo 11

Isabela Andrade

O coração gelou.

Ao ouvir aquelas palavras, uma mistura avassaladora de sensações tomou conta de mim. Era felicidade? Preocupação? Medo? Não sabia. Eu estava machucada demais para reconhecer qualquer sentimento que não fosse dor.

Embora ainda acreditasse no amor, não acho que ele algum dia me escolheria novamente. Fui ferida de formas que ainda doem, mesmo em silêncio. Minha confiança foi estilhaçada, e nada conseguia arrancar da minha mente a ideia de que Matheo só queria me pedir em casamento por causa da maldita herança. Não podia, nem queria, acreditar com facilidade.

— Boa noite, Matheo. — me virei e o deixei lá, senti seu olhar sobre mim e um arrepio involuntário tomou conta do meu corpo.

Cheguei em casa com passos silenciosos. Meus avós me esperavam, como sempre, com aquele olhar preocupado que tenta disfarçar a tensão com sorrisos. Fomos limpar as coisas do jantar juntos e, enquanto eu lavava os pratos, vovô secava e guardava com o mesmo cuidado de sempre. Vovó
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