Ramsés tomou sua pequena cachorrinha nos braços e a levou até a cama. Ali, encarregou-se de secar com delicadeza cada centímetro de seu corpo. Não havia nem uma pitada de lascívia em seus gestos; ele agia com amor e devoção, cuidando do precioso tesouro que a deusa Lua lhe confiara.

Sabia que por trás do deplorável estado em que ela se encontrava havia uma longa e triste história, mas esperaria o tempo que fosse necessário para que ela decidisse contar. Afinal, ele também carregava sua própria história marcada pela dor.

Isis era apenas um farrapo humano. Sua pele estava fina e lacerada, os ossos saltavam sob a superfície, sua coluna se evidenciava e suas pernas estavam fracas e sem forças. Era uma loba, sim, mas havia passado tanto tempo sendo torturada, encharcada com acônito, dormindo entre seus próprios dejetos e alimentando-se dos restos de lixo que lhe jogavam, que sua recuperação seria longa e difícil. O acônito já havia sido eliminado, mas ela mesma teria que reconstruir o que