Suspirei fundo, olhando-me no espelho.
O vestido que eu estava usando custou mais do que qualquer um poderia sonhar.
Donna Eleonora Corleone, a minha futura sogra, o escolheu pessoalmente em um ateliê em Milão. Ela o recebeu em poucas horas. Era uma mulher que tinha o mundo aos seus pés com um estalar de dedos. É feito de renda veneziana e seda italiana, com um decote que contorna delicadamente meus ombros e uma saia que se espalha como um mar de espuma branca aos meus pés. Pérolas e cristais bordados à mão refletiam a luz a cada movimento.
— Você está perfeita. Disse Donna Eleonora, entrando no quarto onde eu terminava de me vestir. Havia uma grande satisfação em sua voz, como alguém admirando uma obra de arte recém-adquirida. — Meu filho ficará satisfeito.
Acenei com a cabeça com um sorriso ensaiado. Aprendi a sorrir nos momentos certos, a abaixar a cabeça respeitosamente, a manter o olhar baixo, mas atento. Meu corpo fala a língua que minha voz não consegue. Não é bom para mim ter