Depois daquilo, fiquei meio desnorteada — nunca me senti tão viva. Minha família me dava alegria em momentos que eu queria que durassem para sempre, mas o que eu sentia por ele era diferente: era uma maneira nova de existir. Quando Omar me beijou e me colocou sobre a bancada, o mundo inteiro pareceu desabar ao nosso redor. Só existíamos nós dois — sem problemas, sem contratos, sem nada além daquela urgência quente e verdadeira.
Lembrei-me disso enquanto estávamos no carro, ele ao volante, e as luzes de Nova York deslizavam como reflexos partidos no vidro. Omar dirigia tranquilo, as mãos firmes no volante; eu fiquei ali, encostada no banco, observando o perfil dele à luz dos semáforos. A cidade parecia menor de dentro daquele carro, como se tivesse sido feita só para nós naquele instante — e eu me permiti acreditar, por um segundo, que podia ser assim sempre.
Sabia, claro, que havia preço. Assinei um contrato, peguei dinheiro — duzentos mil dólares com a tia dele para saldar a dívida d