capítulo 75
Aquele homem carregava um mistério que me atraía cada vez mais, como se cada passo ao seu lado me levasse a descobrir fragmentos escondidos da sua alma. A casa refletia isso. Por fora era imponente, mas por dentro guardava um acolhimento quase materno, como se cada detalhe tivesse sido pensado para lembrar o calor de um abraço. Eu tinha certeza de que ele deixara tudo exatamente como estava, intacto, apenas para sentir a presença da mãe ainda ali.

As mães moldam quem somos. Eu entendia a dor dele. A minha também deixou marcas profundas — não porque morreu, mas porque sumiu. Partiu sem olhar para trás, deixando para mim e para minha avó o peso de todas as responsabilidades que eram dela. Ainda assim, não posso reclamar: em algum lugar do mundo, ela respira. Já ele não tinha essa chance, não havia esperança de retorno. A dor dele era a certeza da ausência, enquanto a minha era a angústia da espera.

Caminhávamos de mãos dadas, os dedos entrelaçados, e eu sentia minha respiração pesar.
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