Eu estava apavorada.
Nunca, nunca em toda a minha vida tinha passado por algo assim. Aquilo parecia irreal. Surreal demais. Como podia estar acontecendo comigo?
Omar achava que eu o tinha roubado.
Era um absurdo. Completamente absurdo.
Porque eu peguei aquela caixa, lacrada, como foi entregue a mim. E levei exatamente como ele mandou. Sem mexer. Sem abrir. Sem sequer cogitar ser curiosa. Aquilo era meu trabalho. Minha responsabilidade. E eu levei isso a sério desde o primeiro segundo.
E agora, ele dizia que as peças tinham sumido. Que estavam sumidas. E me chama aqui, no meio da noite, pra me encarar com aquele olhar frio e me acusar.
Eu queria gritar. Eu queria desaparecer. Mas, no fundo, eu sabia… ele também era uma vítima. Assim como eu. E mesmo assim, uma parte de mim ainda esperava… que ele confiasse em mim. Que acreditasse.
— Omar… — sussurrei, me aproximando devagar, sentindo meu corpo trêmulo.
Ele recuou levemente, como se meu toque fosse um risco. Mas mesmo assim, eu continue