Capítulo 49
— Vó, eu preciso ir. — falei enquanto colocava a bolsa no ombro, tentando não soar tão aflita quanto me sentia. — Ele pode estar precisando de mim. É o meu chefe... e me chamou. Estava doente. Provavelmente ainda está.
Ela me olhou sem dizer nada no começo, apenas cruzou os braços e começou a bater o pé no chão, como sempre fazia quando algo a incomodava. Suspirei. Continuei:
— A senhora sabe como é... a gente não deve ignorar o chamado de alguém importante pra gente, ainda mais quando está doente.
Minha avó estreitou os olhos, ainda sem esboçar um sorriso. Aquilo me deixava mais nervosa.
— Vá — disse, por fim, com a voz firme. — Mas não demore. Você é uma moça direita, de respeito. Não tem que ficar por aí, sozinha com homem nenhum, ainda mais de noite.
Revirei os olhos, mas acabei rindo, como sempre fazia quando ela dizia esse tipo de coisa.
— Ah, pelo amor de Deus, vó... Ele é meu chefe. O que a senhora acha que vai acontecer? Só vou ajudá-lo, nada mais.
Aproximei-me e