Omar não queria fazer isso. Nunca quis. Mas aquilo doía – doía no peito, na alma, no lugar onde ele nem sabia que ainda sentia. Só agora percebia o quanto Daphne se tornara essencial. Não era só uma assistente, uma presença constante. Ela era um elo. E pior: um elo que ele não sabia mais como quebrar, mesmo querendo.
A dor era tanta que ele não pensou. Apenas agiu. Pegou o vaso de cristal – aquele que tinha custado uma fortuna, que a mãe adorava e que ele mantinha ali como relíquia – e o arremessou com toda a força contra a parede branca.
O impacto foi seco. Os cristais se estilhaçaram, explodindo em fragmentos brilhantes pelo chão, refletindo a luz do lustre como se cada pedaço gritasse por ele.
E ele gritou.
Um som rouco, rasgado, que ecoou pelas paredes frias da sala. Um grito de raiva, de frustração, de dor. De perda.
Passou a mão pelos cabelos, puxando-os levemente, desesperado. Andou de um lado para o outro, tentando raciocinar, mas a cabeça girava. A razão dizia uma coisa. O co