Omar estava encostado no sofá, os cotovelos apoiados nos joelhos, o corpo pesado, como se carregasse todo o peso do mundo nos ombros. Ele estava perdido em um emaranhado de pensamentos que, para sua raiva silenciosa, tinham um nome: Daphne. Aquela ruiva insolente, com seus olhos castanho-mel tão curiosos e brilhantes, tinha o poder absurdo de desarmá-lo. Não fazia sentido. Como aqueles olhos podiam ser tão doces e, ao mesmo tempo, tão perigosos? Eles o encaravam de um jeito que nenhum homem maduro e acostumado a controlar tudo deveria temer. Mas Omar temia. Temia porque, quando ela o olhava, ele sentia que estava nu diante dela, como se Daphne pudesse atravessar todas as suas máscaras e tocar no lugar mais frágil de sua alma.
Ele desejava, desesperadamente, voltar a ser quem era antes dela entrar em sua vida. O problema? Isso significava estar longe dela. E, por mais que tentasse se convencer, ele não conseguia encontrar um único motivo que justificasse tal afastamento. Ele já não era