Cruzei os braços, engoli em seco e fiquei ali. Travada. Me sentindo uma adolescente pegando o crush sem camisa no meio da cozinha. Porque, bem... era quase isso.
— Eu odeio falar sobre meus sentimentos — ele confessou, parando perto demais. — Ninguém nunca ousou perguntar.
— Me desculpa! — disparei antes mesmo de pensar. Fechei os olhos, sentindo uma vergonha que subiu pela espinha. — Eu... não devia ter perguntado. Esquece. Esquece tudo. Eu sou assim, toda errada, confusa. Gosto de agradar, de entender as pessoas... achei que, se soubesse um pouquinho sobre você, eu poderia... sei lá, ajudar.
Revirei os olhos para mim mesma. Ótimo. Agora eu parecia uma maluca carente com tendências investigativas. Que charme.
— Esquece, por favor — murmurei. — Não precisa dizer nada. De verdade.
Não tive coragem de olhar pra ele. A cada passo dele, eu me encolhia mais. Me sentia minúscula. Uma formiguinha emocional perto de um furacão sem camisa.
— Você não precisa ficar com medo de mim, Daphne — ele