Daphne queria cavar um buraco no meio da cozinha e desaparecer. Estava morta de vergonha. O tombo, a água, e o pior: ter molhado seus chefes na tentativa desesperada de se salvar. Ainda tremia só de lembrar. Omar, por outro lado, não parecia bravo… o que, de certa forma, a deixava ainda mais confusa. Ele estava ensopado, mas sua expressão era outra. Tudo o que ele conseguia pensar era na imagem de Daphne se afogando, o desespero de tentar segurá-la a tempo. Não se arrependia de ter se jogado para salvá-la… mas isso não significava que estava gostando de estar naquele estado, completamente molhado.
Ele só queria pegar suas chaves e o celular, ir embora dali, esquecer que aquele desastre tinha acontecido. Já com os objetos em mãos, atravessou a sala em direção à sacada. Foi então que seus passos pararam. Lá estava ela… a ruiva, ainda visivelmente sem graça, mas agora rindo baixinho enquanto conversava com Miguel.
Omar ficou observando de longe. Os gestos, os sorrisos, as mudanças no tom