Foi tudo tão confuso que eu mal conseguia prestar atenção em qualquer outra coisa. Depois daquela cena… daquele momento inesperado em que Omar colocou aquele colar de diamantes no meu pescoço… Eu senti um turbilhão dentro de mim. Um calor subindo pelo peito, um aperto estranho, como se meu coração fosse explodir e sair pela boca. Nunca, nem nos meus devaneios mais malucos, imaginei que aquele homem fosse fazer algo assim.
Eu ainda estava tentando entender o que, de fato, tinha acabado de acontecer quando ele, sem dizer uma palavra, retirou o colar com a mesma delicadeza com que tinha colocado. Guardou de volta na caixa, como se fosse uma joia qualquer. Mas nós dois sabíamos que não era.
Desde então, não trocamos mais nenhuma palavra. Apenas seguimos para fora do prédio, junto com o resto da equipe. Entramos no carro, eu, ele e o motorista — que, aliás, já tinha ganhado minha simpatia com aquele jeito leve e amigável. Mas mesmo com a paisagem passando pela janela, com o som do trânsito