Capitulo 55
A pior parte disso tudo… é sentir saudade dele. Mesmo depois de tudo. Mesmo depois daquele idiota ter me demitido sem ao menos apurar os fatos. Como se eu fosse descartável. Mas, no fundo, como culpá-lo?
Omar sempre foi um homem reservado, meticuloso, metódico. O tipo de pessoa que construiu um mundo próprio — e tudo ali seguia regras que ele mesmo criou. Eu errei. E ele tinha todo o direito de me demitir. Por mais que eu tenha o confrontado, no fundo… eu entendo.
Se eu pudesse voltar no tempo, teria feito diferente. Teria deixado a caixa no carro. Pelo menos ali ele confiava — confiava no motorista. Sabia que as joias estariam em boas mãos. Mas não. Eu insisti em protegê-las. E falhei.
Agora, estou aqui. Julgada por uma mulher que fala mais do que a própria boca permite. Dona Glória — uma matraca ambulante. Sua voz aguda parecia invadir meus ouvidos como ruído, como se cravasse navalhas neles.
— Não dá pra acreditar que você fez uma coisa dessas! — ela exclamou, colocando