William
Conferi o registro de chamadas uma, duas, três vezes. Cada deslizar de dedo era um apelo silencioso por alguma evidência, um detalhe escondido que me provasse certo. Mas não havia nada disso, só repetidas ligações para Isabelle.
Tentei outra abordagem. Abri a lista de contatos. Era curta, quase vazia. Estranhamente limpa. Aquilo não significava muito. Não com tantas formas de se esconder hoje em dia. Ela podia ter outro número. Outro aparelho.
— Isso provavelmente não está certo — murmurei, jogando o aparelho sobre a mesa, ainda sentindo o olhar acusatório de Nicolas cravado em mim. — Deve haver alguma explicação…
— Você só diz isso porque não encontrou o que queria. Agora me diga: o que fez para que Melinda saísse daqui daquele jeito?
— Apenas disse a verdade — dei de ombros. — Que ela não passa de uma interesseira.
— Inacreditável que você tenha tido coragem de dizer algo assim — ele riu, carregado de sarcasmo. — Mas o que se pode esperar de alguém que se casou por vingança,