William
Passo a mão no pescoço, sentindo a dor se intensificar. Vai ser completamente impossível passar mais uma noite naquele sofá. E, como tudo na minha vida tende ultimamente a piorar, ouço a voz suave que vem me dando mais dor de cabeça do que deveria.
— O que você quer? — Meu tom rude não a assusta, mas, faz com que tenha mais coragem para entrar. Uma atitude que vem se tornando cada vez mais frequente.
Apesar de ter demorado, ela começa, ainda que discretamente, a revelar sua verdadeira personalidade.
— Precisamos conversar. — E então vejo novamente aquele olhar, o mesmo que surgiu em nossa primeira discussão. Lentamente, juntei minhas mãos sobre a mesa, sem desviar meu olhar do dela.
Mel: essa é uma boa definição para a cor dos seus olhos. Provavelmente não é uma coincidência o seu nome seja Melinda.
— Não temos nada para conversar. — Sinto o maldito cheiro de rosas se infiltrando lentamente no ambiente, como uma erva daninha. — Então, saia por onde entrou.
— Pensei muito sobre