Maria Júlia
O vento frio da Suíça cortava minha pele enquanto eu e Mariana seguíamos pela rua. As calçadas largas e bem pavimentadas faziam com que minha cadeira deslizasse com facilidade, mas o incômodo físico do frio não era nada comparado ao turbilhão de pensamentos na minha cabeça.
Alec.
Por que aquele homem ainda estava na minha mente? Foi só uma conversa casual, algumas palavras trocadas por educação. Mas, por algum motivo, a forma como ele me olhou ficou gravada na minha memória.
— Você tá muito calada — Mariana comentou, empurrando minha cadeira com a mesma facilidade de sempre.
— Só cansada.
— Sei... cansada ou pensando no Alec?
Revirei os olhos.
— Pelo amor de Deus, Mariana. Foi só uma conversa.
— Ah, foi? Porque eu nunca vi um homem olhar assim pra você desde... — Ela parou, hesitante.
Eu soube exatamente onde aquela frase terminaria. Desde Ronaldo.
Senti meu estômago r