Maria Júlia
O caminho de volta pra casa foi calmo, mas o silêncio dentro do carro parecia mais alto do que qualquer buzina na rua. Ele não era desconfortável… era carregado. Cheio. Denso. Como se tudo que não foi dito na pista de dança estivesse ali, entre a gente, respirando junto.
Alec dirigia tranquilo, com a mão no volante e a outra apoiada perto da marcha, vez ou outra tamborilando os dedos no ritmo da música que tocava baixinho no som. Mas mesmo com aquele ar despreocupado, eu sabia que ele estava prestando atenção em cada reação minha.
Eu ainda estava tentando processar o que tinha acontecido.
Ele me fez dançar.
Não por pena. Não por gesto de compaixão. Mas porque ele quis. Porque me olhou e viu alguém inteira. Ele me conduziu como se a cadeira fosse só um detalhe. Como se dançar fosse algo que qualquer um pudesse fazer — inclusive eu.
E isso… isso me desmontou por dentro.
— Você tá muito quieta — ele falou d