A sala era fria, iluminada por luzes brancas demais e paredes sem graça. Mesmo assim, meu coração batia tão alto que parecia preencher todos os cantos. Estava deitada na maca, a barriga à mostra, gelada pelo gel transparente que a técnica tinha acabado de passar. E do meu lado, Matheus segurava minha mão com os olhos fixos no monitor à nossa frente.
Era a primeira vez que veríamos nosso bebê com detalhes.
Eu não sabia se queria rir, chorar ou sair correndo dali. Nunca pensei que estar à beira de algo tão lindo e assustador ao mesmo tempo fosse me fazer sentir tão... viva.
— Está tudo certo com o bebê, o coraçãozinho está forte — disse a médica, sorrindo.
Matheus apertou minha mão, e pela primeira vez em dias ele parecia tão nervoso quanto eu.
— Pode dizer o sexo? — ele perguntou, com a voz um pouco rouca.
— Vocês querem saber agora? — a médica olhou pra nós dois, esperando o sinal.
— Queremos — respondemos juntos, e depois rimos.
A médica virou o monitor em nossa direção e apontou uma