— Agora volte ao seu trabalho. Ouviu bem?
— Falou ele, o tom não era grave, mas determinado, como quem não deixava espaço para réplica.
Ela não respondeu. Apenas se virou com rigidez, os ombros tensos, e saiu pela porta entreaberta, que rangeu levemente ao ser empurrada. Seus passos ecoaram pelo piso, cada um carregado de contenção e fúria silenciosa.
Ao cruzar o limiar, seu olhar frio e perverso captou Agatha. A moça estava no corredor, sorridente, conversando com um funcionário da segurança, um homem alto e distraído, que parecia encantado com a leveza da conversa.
A mulher parou por um instante, como se o tempo tivesse desacelerado. Observou Agatha com uma intensidade quase palpável, os olhos semicerrados, carregados de malícia e desprezo. Seus punhos se fecharam instintivamente, os nós dos dedos ficando brancos. O maxilar travado denunciava o esforço para conter algo mais sombrio.
Ela não piscava. Não desviava. Apenas se fixava nela — como um predador que escolhe sua presa com