Antes que Lorena pudesse reagir, ele deixou a janela e caminhou em direção a ela, com passos controlados, quase felinos. Parou a poucos centímetros de distância, o calor de seus corpos se encontrando no espaço estreito.
A mão firme de Vitor segurou o braço de Lorena com força contida, não era agressão, mas uma âncora urgente por respostas na tempestade que se formava entre eles. O toque fez a pele dela arrepiar, como se o próprio ar estivesse carregado de eletricidade estática. Seus olhos se encontraram num silêncio pesado; Lorena congelou. O coração martelava no peito como uma batida surda que ela tentava ignorar, enquanto o medo escorria pelas veias como gelo derretido.
Vitor, com o semblante tenso e mandíbula cerrada, inclinou levemente o rosto, os olhos fixos nela como faróis na neblina. Sua voz, ampla e fria como aço recém-forjado, rasgou o silêncio:
— Chega de mentiras... quero a verdade, Lorena.
As palavras pairaram no ar como fumaça espessa, demorando a se dissipar, carregad