Lorena desviou o olhar por um instante, como se tivesse sido pega em um ato íntimo, proibido. Ela não respondia, seus lábios se entreabriram, mas hesitaram. O silêncio que se seguiu era como um abismo entre eles, cheio de memórias não ditas e sentimentos mal resolvidos.
Lá fora, Agatha e Vitor desapareciam entre as sombras do jardim, envoltos por uma paz que parecia inalcançável para Lorena. O som distante do vento entre as folhas e o canto suave de um pássaro noturno criavam uma trilha sonora melancólica para a cena.
Alexander deu mais um passo, agora próximo o suficiente para sentir a tensão no ar, como se ela tivesse densidade própria. O cômodo estava mergulhado em penumbra. O cheiro de papel e perfume adocicado pairava no ambiente, misturando-se à eletricidade silenciosa que emanava de Lorena.
Seu olhar não vacilava — firme, mas carregado de uma dor contida, como se cada palavra que prestes a dizer fosse uma ferida reaberta.
— Você ainda está presa nisso, não está? — disse ele, co