— E você, Vitor... você ainda vai ser meu por completo.
O nome dele saiu como uma promessa sombria, envolta em desejo e obsessão. O vidro da janela vibrou levemente sob a pressão de seus dedos, cujas unhas vermelhas deixavam rastros finos e ameaçadores na superfície. Lá fora, o céu parecia começar a se tingir de tons alaranjados e púrpura, mas a luz parecia hesitar em entrar naquele cômodo, como se temesse a presença da mulher.
Logo de maneira inesperada, uma pequena e linda borboleta de asas grandes, com um tom avermelhado que lembrava o crepúsculo em dias quentes, entrou pela janela entreaberta, carregada por uma brisa suave que dançava entre as cortinas de linho branco. Seu voo era errático, mas gracioso, como se cada batida de asas fosse uma nota de uma melodia silenciosa. Ela pousou levemente e com delicadeza sobre os ombros de Lorena, que ainda estava em silêncio, absorta em seus pensamentos.
A mulher virou o rosto lentamente, como quem desperta de um devaneio, e encarou o frág