Enquanto seguia Vitor, os olhos de Lorena percorriam cada gesto do rapaz. A postura dele estava impaciente, mas firme como aço, como se carregasse o peso de uma decisão inadiável. Seus passos eram rápidos, cortavam o corredor com a precisão de quem conhece cada centímetro daquele espaço, como se estivesse voltando para um campo de batalha familiar.

A luz amarelada que escapava das luminárias tremulava sutilmente, lançando sombras estranhas sobre as paredes. Lorena sentia seu coração acelerar, não pelo ritmo da caminhada, mas pela tensão crescente que parecia emanar do silêncio entre eles. Os punhos de Vitor estavam cerrados, e ela percebeu um leve tremor, quase imperceptível, que revelava algo mais do que impaciência, talvez raiva, talvez medo.

Ela hesitou um instante antes de continuar, como se cada passo fosse um mergulho mais fundo no desconhecido. O corredor imenso parecia se fechar ao redor dela, e o ar carregado com o cheiro metálico do lugar fazia sua respiração parecer presa