— Alguém está cometendo atos indesculpáveis — disse Alexander, com a voz firme mas não agressiva, como quem sabe o peso de cada palavra que profere.
— Dentro da empresa, onde o respeito mútuo deveria ser pilar inabalável, surgem comportamentos que ferem o que há de mais básico na convivência humana.
Um leve murmúrio percorreu a sala, abafado pelo som do ar-condicionado.
— Notei muitos comentários maliciosos — prosseguiu, dando uma breve pausa para encarar os rostos à sua frente — insinuações disfarçadas de piadas, uma sucessão de olhares invasivos... atitudes que, somadas, criam um ambiente tóxico e insustentável.
Alguns se remexeram nas cadeiras. Uma funcionária ao fundo franziu levemente a testa, cruzando os braços. Outro desvia o olhar em direção à janela, como se buscasse uma saída simbólica para a tensão crescente.
— Já não se trata apenas de ética — completou, com um olhar direto para Lorena, que agora parecia sorrir com os olhos. — Isso é sobre dignidade.
Enquanto Alexander d