Capítulo Sessenta e Três

A dor vinha em ondas.

Não era só física — era ancestral. Como se meu corpo inteiro soubesse, mesmo antes de mim, que algo estava prestes a nascer e morrer ao mesmo tempo. Algo estava prestes a se transformar.

A bolsa tinha estourado poucas horas antes, no mesmo instante em que eu mostrei a Matheus as últimas páginas do meu livro. Ele ainda segurava o manuscrito quando eu gritei, surpresa e trêmula, com a água escorrendo por entre as pernas.

— Amor… — foi tudo o que consegui dizer. E ele já estava lá, como sempre. Rápido, presente, desesperado e doce.

Agora, deitada na maca, com os lençóis grudando na pele suada e as contrações rasgando meu ventre em intervalos cada vez menores, eu só conseguia pensar: vai acabar logo? Vai doer mais? E se eu não conseguir?

Mas toda vez que eu pensava em desistir, sentia os dedos de Matheus entrelaçados aos meus. Firmes. Quentes. Uma âncora.

— Respira comigo, amor. Um de cada vez. Isso. Eu tô aqui. Só foca em mim.

Tentei me concentrar na voz dele, no ca
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