Tayanara foi tirar satisfação, chegou ao consultório de Lipe como um furacão prestes a explodir. O uber mal havia parado e ela já desceu com a bolsa atravessada no corpo, com os passos firmes, o rosto tenso, os olhos marejados, mas não de tristeza. Era raiva contida, frustração acumulada, e uma urgência que queimava por dentro.
Empurrou a porta de vidro com força demais. A recepcionista, surpresa, ergueu os olhos do computador.— Bom dia, posso ajudar?— Eu preciso falar com o Doutor Felipe. Agora. — A voz de Tayanara saiu firme, quase cortante.— É urgente.— O doutor está em atendimento no momento, posso agendar um horário ou...— Não. — ela interrompeu, sem sequer olhar para a cadeira de espera.— Eu não vou sentar. Eu não vou esperar. Você vai avisar que a Tayanara está aqui e que é urgente. Ele vai entender.A recepcionista hesitou por um segundo, claramente desconcertada com a intensidade da visita. Mas algo