Ruan Duarte
A conversa com Milena ainda ecoava na minha cabeça como um sino insistente.
Cada palavra dela me atingiu no peito, na memória, no orgulho.
“Jéssica ama você.”
Aquela frase mexeu comigo mais do que eu gostaria de admitir. Eu já sabia. No fundo, sempre soube.
Mas ouvir da filha dela… isso mudou tudo.
Eu precisava tomar uma decisão — talvez a mais difícil da minha vida.
Quando saí do alojamento naquela manhã, o ar parecia mais pesado. O campus estava cheio, mas eu me sentia sozinho no meio da multidão. Meu coração estava apertado, querendo correr para Jéssica e querer ficar, mas minha cabeça gritava que eu precisava ir embora.
Eu a amo.
Mas amar alguém às vezes significa deixá-la respirar.
Deixá-la ser livre.
Deixá-la escolher, mesmo que não seja você.
Entrei na sala da diretoria decidido, ainda que meu estômago estivesse revirando como se eu tivesse acabado de sair de uma montanha-russa.
O diretor levantou os olhos por cima dos óculos assim que me viu.
— Senhor Duarte? Posso