Depois daquele jantar, Salvatore e eu ficamos agindo como estranhos — trocando poucas palavras ou nenhuma. A frieza que tinha construído em meu peito parecia uma muralha impenetrável, um jeito de me proteger de mais uma decepção. Mas quando eu o vi ferido, sendo literalmente carregado pelos amigos, algo em mim se quebrou. Não consegui continuar com a minha fachada de indiferença; me levantei num instante e acompanhei eles até o quarto, com o único intuito de ajudar-no de alguma forma.
— Posso ajudar em alguma coisa? — perguntei, minha voz mais baixa do que queria.
Um dos homens que o acompanhava — Lorenzo, acho que se chamava — virou-se para mim com um sorriso malicioso:
— Ajude seu marido a tomar banho.
Eu encolhi os ombros, meu rosto pegando fogo de vergonha. Salvatore olhou para o amigo com um ar recriminador, e eles levaram-no até o banheiro antes de sair, nos deixando a sós.
— Não precisa, consigo me virar sozinho — negou ele, mas eu insisti. Não ia querer ficar parecendo a santa