Os dias seguintes, Helena e eu dormíamos lado a lado como estranhos — na frente dos outros ela era doce, no quarto, fria como gelo.
Neste momento, estava em uma missão em um dos nossos portos de abastecimento de drogas que foi invadido. O primeiro tiro estourou no ar como um trovão, e a confusão se espalhou rapidamente. Minha mente vagava livremente, mas o corpo agia por instinto. Duas vezes Lorenzo fez cobertura para mim, empurrando-me para baixo antes que outra bala me acertasse. Matei muitos inimigos, meu dedo firmado no gatilho sem vacilar — era isso ou morrer. No fim, levei um tiro na coxa esquerda, mas só quando a luta acabou e a área ficou limpa, permiti-me fraquejar. Sentei no chão, o sangue escorrendo no sapato.
— Chefe, você está bem? — Lorenzo gritou se agachando do meu lado.
— Levei um tiro.
Ele e Dimitri me levaram até o carro: eles foram me dando cobertura, poderia ainda ter algum sobrevivente escondido.
Cheguei escorado em seus ombros, sangue a cada passo. Sofia e