Saí do quarto sem olhar para trás. A porta se fechou com força, como se fosse um ponto final, mas dentro de mim nada estava concluído. Minha boca ainda ardia, vermelha pelo beijo que não deveria ter acontecido. Um beijo de guerra, de raiva, mas também de algo que eu não conseguia nomear.
Eu havia vencido naquela noite. Expus Salvatore, humilhei Lívia, conquistei a opinião das mulheres da Famiglia. Era o triunfo que eu sempre desejei. Mas por que, então, meu coração batia tão descompassado?
O ódio que eu sentia por ele era real. A traição, a covardia, a dor que me causou — tudo isso me alimentava. Mas quando nossos olhares se cruzaram, percebi que não era imune a Salvatore. E, pelo jeito como ele me beijou, ele também não era imune a mim. Havia uma chama acesa entre nós impossível de apagar.
Caminhei pelo corredor, tentando recuperar o controle. Eu precisava ser forte, precisava manter minha posição. Não podia me permitir fraquejar diante dele. Não queria, de modo algum, estar à