Cristina Mendez sempre foi conhecida como a "princesa da máfia". Nascida em um berço de ouro e protegida pela poderosa família Mendez, sua aparência angelical esconde uma determinação feroz e uma mente estratégica implacável. Aos 23 anos, com seu pai gravemente doente e seu irmão distante em outro país, Cristina assume o comando de uma das maiores organizações mafiosas da Itália, consolidando alianças e enfrentando inimigos de dentro e de fora. Entre seus novos aliados estão Heitor Lourenzo, um CEO ambicioso do ramo de tabacos, cuja visão de negócios rivaliza com sua habilidade de manipular sentimentos, e Carlos Albuquerque, um mafioso de confiança de sua família, cuja lealdade e charme perigoso a colocam diante de dilemas que vão além do poder. Mas, no jogo do crime e da paixão, Cristina descobre que alianças podem ser tão frágeis quanto as emoções humanas. Entre negociações, traições e batalhas por controle, ela se vê no centro de um triângulo amoroso que ameaça não apenas seu coração, mas o futuro do império que ela lutou para proteger. Quando o amor e o poder colidem, Cristina precisará decidir até onde está disposta a ir para manter tudo sob seu controle — ou se é hora de abrir mão de algo que nunca acreditou precisar: sua própria felicidade.
Leer másAquele era o tipo de noite que fazia qualquer um acreditar que o caos poderia ser belo. As luzes de Nápoles brilhavam como um mar de estrelas invertido, enquanto eu observava a cidade do alto da varanda do palácio Mendez. Apesar do vento suave que acariciava meu rosto, eu sentia o peso do mundo em meus ombros.
O telefone em minha mão piscava com a mensagem de Carlos Albuquerque. Ele era um aliado leal, ao menos por enquanto. A confiança na máfia é uma mercadoria rara, e a que Carlos e eu compartilhávamos tinha um preço: poder. Ele prometeu estar ao meu lado para proteger o legado da minha família, mas sei que, no fundo, Carlos nunca faz nada sem calcular seus próprios ganhos.
“Cristina, o carregamento chegará amanhã. Quero sua aprovação antes de darmos o próximo passo.”
Li a mensagem e apaguei a tela. Sempre exigiam algo de mim, como se ser a líder da máfia mais temida da Itália aos 23 anos não fosse o suficiente. Meu pai costumava dizer que o poder nunca é dado, ele é tomado, arrancado à força. Talvez fosse verdade, mas o que ele não me contou é que o poder também pode ser uma prisão.
Meu pai está morrendo. Minha respiração vacilou ao pensar nisso. Cada dia que passa, ele se torna mais fraco, e o homem que me ensinou a ser implacável está desaparecendo diante de meus olhos. Meu irmão, Alejandro, está do outro lado do oceano, cuidando de nossos negócios no México. Isso me deixou sozinha, no centro do jogo.
— Senhorita Mendez, o senhor Lourenzo chegou. — A voz de Matteo, meu segurança pessoal, me trouxe de volta ao presente.
Heitor Lourenzo. O CEO ambicioso que se tornou uma peça indispensável no meu tabuleiro. Ele era tudo o que os homens de negócios deveriam ser: calculista, sedutor e disposto a quebrar as regras para alcançar o topo. Nossa aliança era tão forte quanto perigosa. Ele queria expandir sua influência nos mercados ilegais de tabaco, e eu precisava de um parceiro confiável fora do círculo mafioso.
Endireitei meus ombros e desci as escadas, cada passo ecoando pelo mármore frio do palácio. Heitor estava de pé no salão principal, vestindo um terno impecável que parecia moldado em seu corpo como uma segunda pele. Ele sorriu ao me ver, um sorriso que parecia desenhado para esconder intenções ocultas.
— Cristina, sempre um prazer. — Sua voz era como veludo, cada palavra envolta em charme calculado.
— Heitor. — Meu tom era firme, mas educado. Nunca baixo a guarda, nem mesmo com meus aliados. Especialmente com Heitor.
Sentamos para discutir os termos de nossa nova operação, mas enquanto ele falava, meus olhos se perderam por um momento em sua expressão. Ele era diferente de Carlos, mais refinado, mais... perigoso de um jeito sutil. Onde Carlos mostrava sua força com gestos, Heitor usava palavras para controlar qualquer situação.
Quando a reunião terminou, Heitor se inclinou levemente em minha direção, seus olhos fixos nos meus.
— Você é extraordinária, Cristina. Não por ser filha de seu pai, mas por ser você. Não esqueça disso.
As palavras ficaram comigo, mesmo depois que ele foi embora. Heitor era um homem com um objetivo, e eu sabia que ele faria qualquer coisa para consegui-lo. Mas havia algo nele que me fazia questionar se eu era a única no controle dessa relação.
Retornei à varanda, onde o vento ainda soprava suave. Meu telefone vibrou novamente, mas dessa vez era uma chamada de Carlos. Suspirei antes de atender.
— Cristina. Precisamos conversar. Amanhã. Não gosto da proximidade de Heitor com você. Ele tem seus próprios interesses.
Eu ri baixinho. Carlos sempre foi possessivo com nossas alianças, especialmente comigo.
— E você não tem, Carlos? — perguntei, minha voz soando mais fria do que eu pretendia.
Ele ficou em silêncio por um momento antes de responder:
— Só quero garantir que você não se machuque.
Desliguei sem responder. Eu não precisava que ninguém garantisse minha segurança. Esse era o fardo de ser Cristina Mendez, a princesa da máfia. Um título que parecia tão belo quanto uma armadilha dourada.
Enquanto a madrugada avançava, eu soube que, mais cedo ou mais tarde, esses dois homens seriam meu maior teste. Heitor com sua ambição silenciosa e Carlos com sua lealdade possessiva. O que eles não sabiam é que, no final, ninguém manipula Cristina Mendez.
Ou pelo menos, era o que eu esperava.
Naquela noite, o sono parecia um luxo distante. As palavras de Heitor e Carlos ecoavam na minha mente, cada uma carregando uma intenção oculta, um significado que eu precisava decifrar. Eles eram opostos de tantas formas, mas igualmente perigosos, cada um tentando se aproximar de mim por razões que talvez eu nunca compreendesse completamente.
Passei horas vagando pelo palácio, meus passos ecoando pelos corredores enquanto analisava cada detalhe de nossas conversas. As luzes do grande salão estavam apagadas, deixando apenas a lua para iluminar os móveis antigos e os quadros de minha família. O retrato de meu pai, ainda jovem e forte, parecia me observar com um misto de orgulho e desaprovação.
— Você acha que estou errando, pai? — murmurei para o vazio. Claro, não havia resposta.
Depois da reunião, voltei para o quarto onde Dario estava. Peguei-o em meus braços e sentei-me em uma poltrona próxima à janela, olhando para os jardins iluminados do palácio. Carlos entrou em seguida, sentando-se ao meu lado.— Foi um bom começo, Cristina — ele disse, sua voz baixa e reconfortante.— Ainda temos um longo caminho pela frente — respondi, olhando para Dario, que dormia tranquilamente. — Mas enquanto estivermos juntos, Carlos, vamos conseguir superar qualquer coisa.Ele assentiu, colocando a mão sobre a minha. Por mais difícil que a jornada fosse, sabia que estávamos no lugar onde precisávamos estar, prontos para lutar pelo que era nosso.O salão principal do palácio estava iluminado como uma constelação. Lustres de cristal refletiam brilhos dourados nas paredes ornamentadas, e as longas mesas estavam cobertas com toalhas brancas impecáveis, adornadas com arranjos de flores vermelhas e douradas. O aroma de pratos sofisticados, preparados pelos melhores chefs, preenchia o
O trajeto do hospital ao aeroporto foi tenso. Alejandro foi colocado em uma ambulância equipada como uma UTI móvel, enquanto Carlos e eu seguimos em um dos carros da escolta, com Dario em um assento especial ao meu lado. Eu não tirava os olhos do pequeno, mas minha mente vagava para Alejandro, imaginando como ele estava suportando a viagem.No aeroporto, o jato particular nos aguardava. Era uma aeronave adaptada, com todos os equipamentos necessários para manter Alejandro estável durante o voo. Dario, por outro lado, parecia se divertir com o movimento e os sons ao nosso redor, completamente alheio ao caos.Assim que embarcamos, o Dr. Francesco fez os últimos ajustes em Alejandro, verificando novamente os aparelhos e os medicamentos. Ele se aproximou de mim, sua postura profissional inabalável.— Senhora Mendez, estamos prontos para decolar. A tripulação está ciente das paradas médicas planejadas, e ficaremos atentos a qualquer mudança nos sinais vitais do seu irmão.— Obrigada, douto
Nos dias seguintes, minha rotina mudou completamente. Cada manhã começava com uma visita à ala neonatal para acompanhar Dario. Ele estava ficando mais forte, e o brilho nos olhos dos médicos e enfermeiros sempre que o avaliavam me dava esperança. Era como se a força dele fosse um reflexo de tudo o que tínhamos vivido até agora.Carlos esteve ao meu lado o tempo todo, ajudando a lidar com os detalhes burocráticos enquanto eu me concentrava em Dario. Ele organizava tudo: os seguranças no hospital, a equipe que nos ajudaria na transição de volta para casa, e até os documentos necessários para levar Dario para a Itália assim que fosse possível.Certa tarde, enquanto estávamos sentados em uma sala de espera do hospital, Carlos falou algo que mexeu comigo.— Cristina, já pensou no que vamos dizer a Dario quando ele crescer? Sobre tudo isso?Demorei alguns segundos para responder, olhando fixamente para as paredes brancas e frias do hospital.— Diremos a ele a verdade, Carlos. Sobre Olivia,
Dois dias após o ataque final contra os Fontana, chegou o momento que todos temiam: o velório e o enterro de Olivia.O velório de Olivia foi carregado de emoções difíceis. A capela estava cheia de parentes e amigos próximos, mas a atmosfera era pesada, sufocante. Dona Maria, a mãe de Olivia, estava sentada na primeira fila, com o rosto abatido e o olhar fixo. Sua dor era evidente, mas havia algo mais em seus olhos: uma mistura de mágoa e rejeição.Quando a cerimônia terminou, aproximei-me com cuidado, sentindo o peso do momento. Carlos estava ao meu lado, me apoiando, mas havia uma tensão crescente no ar.— Dona Maria... — comecei, com a voz embargada. — Lamento muito por tudo isso. Olivia era como uma irmã para mim.Ela levantou o rosto, e seus olhos, antes fixos no chão, encontraram os meus com uma dureza que me fez hesitar.— Cristina... — ela começou, sua voz baixa e carregada de emoção. — Minha filha está morta. Tudo por causa dessa vida. E agora, você vem aqui falar sobre lament
De volta ao hospital, Carlos e eu nos revezávamos entre monitorar Alejandro e cuidar dos preparativos finais para o ataque. Dario, embora pequeno e frágil, parecia ser um raio de esperança em meio ao caos.— Quando isso acabar, — comecei, olhando para Carlos enquanto ele revisava relatórios, — quero levar Alejandro e Dario para casa. Para a Itália.Carlos sorriu, finalmente levantando os olhos para mim.— E eu quero que você tenha a paz que merece, Cristina. Depois disso, vamos reconstruir tudo juntos.A determinação em seus olhos era o combustível de que eu precisava para enfrentar os próximos dias.— Vamos vencer, Carlos. Por Alejandro. Por Dario. E por todos que perdemos no caminho.Ele se inclinou e selou meu juramento com um beijo. Não importava o que viesse a seguir, estávamos prontos para enfrentar. Juntos.Dois dias se passaram em um ritmo frenético. Cada momento era uma mistura de tensão e preparação. No hospital, Alejandro permanecia inconsciente, mas estável. O pequeno Dari
Após longos minutos de discussão e ajustes nos detalhes do plano, Alfonso finalmente estendeu a mão.— Está decidido. Em uma semana, agimos.Apertei sua mão com firmeza, selando o acordo.Mais tarde, de volta ao hospital, sentei-me ao lado de Alejandro.— Alejandro, tudo isso é por você, pelo seu filho e por nossa família — sussurrei, segurando a mão dele suavemente.Carlos entrou na sala com dois copos de café e sentou-se ao meu lado, me entregando um deles.— Está tudo pronto. Agora, só precisamos esperar.Olhei para ele, sentindo o peso de nossa responsabilidade, mas também a certeza de que estávamos no caminho certo.— Vamos vencer, Carlos. Não há outra opção.Ele colocou a mão sobre a minha e apertou levemente.— E faremos isso juntos, Cristina. Como sempre.A noite caiu silenciosa sobre a cidade enquanto Carlos e eu permanecíamos no hospital, nossos pensamentos consumidos pelos planos e pelas responsabilidades que agora recaíam sobre nossos ombros. A luz suave do monitor cardíac
Último capítulo