— Ele mordeu a isca — murmurei para Carlos, sem tirar os olhos da cena à nossa frente.

Santiago Valverde parecia desconfiado. Seu olhar alternava entre Matteo e eu, e por um breve instante, tive certeza de que ele estava reconsiderando algo. Isso era um bom sinal. Se Valverde hesitasse, a negociação poderia se tornar mais difícil para os Fontana.

— O que fazemos agora? — perguntou Lorenzo, sempre direto ao ponto.

— Esperamos — respondi, tomando um gole do vinho. — Matteo é orgulhoso demais para ignorar minha presença. Ele vai querer me testar. E quando o fizer, estaremos prontos.

Carlos trocou um olhar rápido com Lorenzo, como se já soubessem que aquilo significava problemas. Mas confiaram em mim.

Minutos depois, um dos garçons se aproximou, trazendo um bilhete dobrado em uma bandeja de prata. Peguei o papel sem pressa e abri.

"Suíte presidencial. Dez minutos."

Sorri para mim mesma.

— Ele caiu.

Carlos bufou ao meu lado.

— Ou está armando uma cilada.

— Claro que está — respondi, dobran