James tomou a água em silêncio. O líquido gelado não era suficiente para conter o calor que subia do peito, nem para silenciar a urgência que gritava dentro dele: o desejo de tocá-la, de segurá-la, de finalmente fazer o que o coração insistia em pedir. Mas ele sabia — e repetia para si mesmo — que não podia. Não devia. E então, segurava-se, apertando o copo com força, como se aquilo o mantivesse ancorado na sanidade que lhe restava.
Sophie, ao lado, também bebeu a água devagar, como se estivesse buscando no gesto um alívio para algo que ela não dizia em voz alta. Quando terminou, deixou o copo na pia e fez menção de ir embora. James manteve o olhar no chão, tentando não demonstrar a tormenta interna. Mas então sentiu. O toque.
Os dedos dela roçaram os seus, e por um breve instante, ela os segurou. Leve. Suave. Mas forte o suficiente para que ele sentisse tudo. Como se, naquele gesto quase imperceptível, ela dissesse o que as palavras não conseguiam. James ficou imóvel, o corpo e