Narrado por Bruno
O sol mal começava a tocar as janelas e eu já táva acordado, com a Melissa encolhida nos meus braços. A noite tinha sido longa. Ela táva com o coração estraçalhado depois do que aconteceu com o Magrinho. Passei horas tentando acalmar ela, abraçando apertado, beijando sua testa, ouvindo o choro dela afundado no meu peito. Era uma das poucas vezes que eu via a Melissa desmoronar. E eu não sabia lidar com isso. Ela sempre foi fogo, tempestade, confiança. Ver ela em pedaços me deixava sem rumo.
Ninguém sabia ao certo o que tinha rolado com o moleque, mas uma coisa eu tinha certeza: ele se meteu com gente errada. Mesmo com o incômodo que eu tinha com a proximidade dele com a Melissa, eu respeitava o Magrinho. Ele era responsa, um vapor de verdade. Sempre fez o certo, nunca deu dor de cabeça. Trabalhava calado, sabia o lugar dele. E o mais importante: nunca traiu. Isso, no nosso mundo, é raro.
Tz, meu braço direito, me ligou ontem à noite. Disse que o moleque táva por u