Lucy parou diante do colégio, o castelo imponente erguendo-se contra o céu cinzento. O colar de meia-lua pulsava contra sua pele, como se a alertasse do que estava por vir. Ela olhou para Cornélio, que tamborilava os dedos no volante, a impaciência evidente em seu rosto.
— Não quero entrar — murmurou Lucy, fechando a porta da limusine com força.
— Então vamos embora — disse Cornélio, o tom seco, mas com um toque de preocupação.
Lucy hesitou, o peso das palavras do diretor ecoando em sua mente. Seu pai nunca abaixou a cabeça. Ela queria ser como Dick, corajosa, mesmo diante do desprezo de Cameron.
— Mas se eu não entrar, serei covarde — disse, mais para si mesma. — Meu pai não era covarde.
— Não, não era — concordou Cornélio, suavizando a voz.
Lucy respirou fundo, abriu a porta e desceu, cada passo em direção ao colégio parecendo mais pesado que o anterior.
Na sala, correu para seu lugar no fundo, pegando um livro para esconder o rosto. Mas quando o professor entrou, ela baixou o livro