Pablo.
Aquela noite tinha sido foda. Foda no nível que nem eu, acostumado com putaria e todo tipo mulher, conseguia tirar ela da mente. Mas não existe paz pra mim — nunca existiu.
Saí de casa cedo, cabeça fervendo e pau duro de tanto lembrar da safada gemendo meu nome. Fui pra boca. Meu aliado já tava lá me esperando.
— Fala, meu parça! — ele disse, levantando.
— Fala, irmão. — respondi acendendo um cigarro, tragando pesado. Eu já tava esperando merda.
— Mano… tem mó B.O vindo na tua direção. — ele falou, balançando a cabeça.
— Desembucha. Fala qual é a fita.
— Tu sabe quem é o Martínez, né?
— Lógico. Aquele cuzão do caralho. — só de ouvir o nome já senti a raiva latejando atrás da orelha.
— Então… ele me ligou. Disse que tu tá com algo que é dele.
— Ele tá chapando, porra? O que eu tenho que é dele? — já tava perdendo a paciência.
— Melinda Mendonça. — ele soltou o nome dela e eu apaguei o cigarro no chão na hora.
— Como é que é?
— É isso, mano. A mina é noiva dele. Sumiu faz tempo.