Melinda
Minha cabeça parecia um carrossel quebrado. Eu olhava pro Pablo e… via dois.
— Dois bandido? — perguntei, língua enrolada.
Ele bufou, passando a mão no rosto.
— Liga pro playboy lá e dá o pagamento dele.
Eu congelei.
— Aquele filho da puta me enganou? — minha voz veio chorosa. — Não dá pra confiar em ninguém… e eu ainda dei pra ele…
O carro freou seco. A mão dele veio pro meu queixo, apertando.
— Tu o quê?
Eu o encarei com os olhos caindo.
— Xi… tu pode e eu não? E tu não ia ter um filho com uma mulher, não? Seu bandido… — gargalhei torto.
— CALA A PORRA DA BOCA!
— Posso calar com algo dentro dela… — passei a língua no lábio devagar. O motorista engasgou de nervoso.
Pablo cerrou os dentes.
— Tu tá bêbada. Me diz logo: o que tu tem do Martinez pra ele pagar essa fortuna?
— Eu? Nada. — falei cuspindo riso.
— Então por que fugiu?
— Eu não fugi. — dei risada.
— Não quer que eu pergunte do MEU jeito, né Melinda?
— E qual seria?
Ele se virou devagar. O olhar dele me deixou sóbria p