Assim que o médico se afastou uma enfermeira da equipe neonatal surgiu no corredor chamando por Enrico.
Mas antes que ele pudesse dar o primeiro passo, a voz da mãe o interrompeu.
— Enrico, por que você não me contou que a Cecília estava grávida? — perguntou ela, a voz trêmula, os olhos marejados. — Como pôde esconder uma coisa dessas de mim?
Ele virou-se lentamente, exausto, o rosto ainda endurecido pela tensão.
— Agora não, mãe.
— Não, eu quero entender! — insistiu, a emoção crescendo. — Eu sou sua mãe, eu tinha o direito de saber!
A paciência dele se rompeu de uma vez. O olhar gelado que lançou para ela fez o corredor inteiro parecer mais frio.
— Direito? — repetiu, a voz firme, grave. — A senhora perdeu esse direito no dia daquele jantar de noivado ridículo.
Ela piscou, confusa.
— Enrico, eu só queria o melhor pra você.
— O melhor pra mim? — cortou ele, a raiva contida vibrando em cada palavra. — Ou o melhor pra você?
A mãe recuou um passo, chocada com a frieza na voz do filho. Jú