Leydi Dayane
O prato quase vazio à minha frente já estava frio, mas a conversa com Theodoro era tudo menos morna.
— Eu quero tentar — ele disse, com os olhos cravados nos meus. A voz era firme, mas havia um traço de vulnerabilidade nela, como se ele estivesse apostando tudo. — Não quero fingir que nada aconteceu. Não consigo. A gente... a gente tem alguma coisa, Leydi. Não é só química. É mais.
Suspirei, apertando o guardanapo nas mãos até amassar. Aquilo era tudo que eu queria ouvir. Tudo que meu coração implorava desde o momento em que ele me olhou diferente. Desde aquele beijo na sala dele. Mas não podia. Ainda não.
— Theodoro… — murmurei, tentando manter a calma que eu não sentia. — A gente não pode decidir nada agora. Tem a Gamora. Ela é uma criança. Isso muda tudo. A prioridade é ela. A gente precisa pensar nela antes de pensar na gente.
Ele assentiu devagar, o maxilar tenso, como quem engole a frustração com dificuldade. Mas não retrucou. Apenas desviou os olhos por um segundo,