O primeiro dia na escola de idiomas chegou com uma mistura de ansiedade e hesitação. Abigail levantou-se cedo, sentindo o frio pálido do novo país invadir seu quarto. A casa era silenciosa, espaçosa demais, com janelas altas que deixavam entrar uma luz quase clínica, mas ao mesmo tempo calma. Cada canto parecia novo e estranho, como se tivesse sido pintado para lembrá-la de que estava longe de tudo que conhecia — e de todos que a conheciam.
Luíza entrou no quarto trazendo uma bandeja com café e pão fresco, sorrindo com cuidado.
— Bom dia, Abigail. Pronta para o primeiro dia? — disse, colocando a bandeja na mesa ao lado da cama.
Abigail sentiu o peso do olhar de Luíza, e a mão dela tocou levemente a dela antes de soltar.
— Pronta… — respondeu ela, mas a palavra soou frágil até para ela mesma.
Luíza sentou-se à beira da cama, apoiando os braços sobre os joelhos.
— Eu sei que não é fácil — disse ela, a voz baixa e firme. — Não só a escola, mas… tudo isso. Você está longe de casa, de tudo