O sol da manhã ainda mal aquecia o pátio da faculdade quando Abigail sentiu o estômago revirar. Tentava se concentrar na aula, mas a sensação de que estava sendo observada era insistente. A caneta parou no meio da folha, e ela olhou discretamente pela janela da sala.
Foi então que viu.
Olívia, impecável em um vestido azul-marinho, salto fino e óculos escuros, estava parada do outro lado da grade, exatamente de frente para o bloco em que Abigail assistia às aulas. Mesmo à distância, não havia dúvidas de quem era. O modo como ela se posicionava, o queixo erguido, o olhar firme — tudo nela exalava arrogância.
Abigail fingiu que precisava ir ao banheiro e saiu da sala. Desceu os degraus com o coração acelerado, atravessando o pátio na direção da mulher que, mais uma vez, invadia seus limites.
Um dos seguranças observava de longe.
— Vai me seguir agora? — Abigail parou diante dela, o tom controlado.
Olívia tirou os óculos com calma.
— Ué, será que é proibido andar por uma faculdade pública