O som das ondas quebrando suavemente contra a areia era o único ruído constante naquela manhã calma. O céu ainda estava coberto por nuvens esparsas, tingidas de tons acinzentados e dourados. Abigail sentou-se na varanda da casa de praia, com uma xícara de chá quente nas mãos, o olhar perdido no horizonte.
O mar à sua frente parecia infinito. Tranquilo por fora, mas ela sabia — por experiência — que mesmo o oceano mais calmo podia esconder correntes traiçoeiras sob a superfície.
Era assim que se sentia.
Respirou fundo, os olhos ainda voltados para o mar.
Desde que chegara ali, tentava se afastar mentalmente do caos. Mas Olívia continuava pairando como uma sombra em cada pensamento.
A aparição dela na faculdade havia sido o limite. Aquilo não era mais apenas sobre ciúmes ou insegurança. Era sobre invasão. Sobre medo. Sobre uma mulher que sabia usar palavras como armas e sorrisos como ameaças.
Abigail tremia só de lembrar da última frase que Olívia dissera.
"Sua existência é um problema.