O dia amanheceu lento, cinzento, e mesmo com a luz que entrava pela janela, o clima dentro da casa parecia pesado. No quarto, Luíza e Marcos discutiam baixinho, mas firme, o tom carregado de preocupação. Abigail ainda dormia, alheia ao que se passava na casa.
— Marcos, você não pode ficar pressionando a Abigail dessa forma — disse Luíza, cruzando os braços. — Ela não é uma menina que você pode empurrar para a decisão da noite para o dia. Ela precisa respirar, sentir que ainda tem escolha.
— Respirar? — Marcos retrucou, os ombros tensos. — Ela corre risco. Sair do país é a única forma de protegê-la, você sabe disso. Se Olivia continuar cercando, ou Regina aparecer, se algo acontecer, não haverá volta. Eu não vou aceitar que minha filha corra esse perigo por medo de perder o Sérgio ou os amigos.
— E você acha que ficar colocando isso na cabeça dela ajuda? — Luíza franziu a testa, quase incrédula. — Você a está sufocando, Marcos. Ela precisa sentir que pode decidir, não que está sendo em