O dia seguinte amanheceu com um céu carregado, anunciando chuva a qualquer momento. Dentro do quarto, Abigail ainda se sentia como se estivesse presa em uma nuvem cinzenta que não se dissipava. As palavras de Sérgio, o olhar firme de Marcos, o abraço de Luíza — tudo ainda se misturava na mente dela.
Luíza entrou discretamente, trazendo duas xícaras de café com leite. A jovem parecia exausta, os olhos vermelhos denunciavam uma noite mal dormida.
— Eu estava pensando… — começou, tentando dar um tom leve à voz. — Que tal a gente sair um pouco hoje? Um passeio, só nós duas.
Abigail ergueu o olhar cansado, como se a simples ideia fosse pesada demais.
— Sair? — repetiu, hesitante. — Para onde eu iria? Todo lugar parece errado… parece perigoso.
— Shopping. — Luíza sorriu de canto, esforçando-se para soar animada. — Compramos umas coisas, olhamos vitrines… você precisa respirar, Abigail. Não pode ficar se afogando nesse quarto.
Abigail abaixou o olhar, girando a caneca entre as mãos.
— E se a